30 Novembro
O que é o Ornamento?
Dentro da história da arquitectura, o debate sobre ornamento definiu posições teóricas e impulsionou mudanças bruscas do paradigma. Apesar da sua importância ou exactamente por causa dela, da falta dela, ao ornamento em arquitectura carece de uma definição final. O que é o Ornamento? continua hoje a ser uma questão em aberto que não precisa de respostas definitivas, mas sim de uma série de discussões possíveis. Os diferentes participantes, todos colaboradores da exposição da Culturgest, respondem reflectindo sobre a sua posição específica sobre o tema. Sam Jacob, fundador do atelier Londrino Sam Jacob Studio, fala sobre padrão e política, com foco no conflito entre prazer visual e significado. Fundador do atelier holandês Neutelings Riedijk Architects e autor do recente livro Ornamento e Identidade, Michiel Rieddijk vai dissecar sobre a incorporação de composições figurativas na prática de arquitectura. Konstantinos Pantazis, co-fundador do estúdio Point Supreme, com sede em Atenas, apresenta a forma como os materiais específicos, a escolha de cores, objectos ou elementos na construção dos projectos do atelier tornam-se parte da estrutura ornamental. Matilde Cassani também aborda o ornamento, nas suas definições de visível e invisível, na sua relação com a escala urbana e o tempo.
Como é que o ornamento pode ser introduzido na produção arquitectónica actual de forma sistematizada? Pode isso ser independente da questão da forma? Quais são os elementos da arquitectura que inevitavelmente carregam propriedades ornamentais, e quais são os outros aspectos dos edifícios que não são tipicamente vistos como portadores de tais propriedades, mas poderiam muito bem ser?
Point Supreme (Konstantinos Pantazis) (GR)
Economia de Meios
O debate centra-se na economia de meios e no seu papel no desenho de edifícios e noutros domínios culturais. A economia de meios, considerada tanto como uma categoria estética como uma ferramenta para criar e avaliar projectos, está no centro de qualquer arquitectura racional. As apresentações e debates são um pretexto para investigar questões como os princípios permanentes da arquitectura considerada como disciplina autónoma, mas também uma forma de compreender como esta disciplina será capaz no futuro de enfrentar a mudança de paradigma provocada pelo aquecimento global e pela escassez de recursos, ou até mesmo de se reinventar, uma vez mais, através destas novas necessidades. Chamados a participar neste debate estão Sharon Johnston, directora do atelier Johnston Marklee, com sede em Los Angeles e professora em Harvard, Kersten Geers, director do OFFICE KGDVS e professor em Harvard e na Accademia di architettura de Mendrisio e Robin Collyer, um artista conceptual do Canadá que usa a fotografia e as instalações para abordar as dimensões de espaço e arquitectura através de um trabalho também ele imbuído pela economia de meios.
A minha carreira como artista começou no auge da Arte conceptual e minimal. As noções existentes sobre o que era um objecto de arte, e a função das galerias e museus que apresentavam as ideias dos artistas, estavam sob escrutínio, levantando questões sobre todo o significado do contexto expositivo. Para citar Douglas Heubler, numa exposição de 1969 de Seth Seigelaub:
O mundo está cheio de objectos, mais ou menos interessantes; não quero acrescentar mais nada. Prefiro, simplesmente, afirmar a existência das coisas em termos de tempo e/ou espaço.” Desde 1969, a produção mundial de “coisas” tem crescido exponencialmente. Estamos inundados de objectos e imagens e, mais do que nunca, somos julgados pelos objectos que possuímos e aqueles que sonhamos ter, mas que a maioria de nós nunca terá. Na minha prática, os materiais e os métodos de construção bem como a abordagem frugal e directa têm sido definidos por restrições financeiras, dificuldades técnicas e estratégias conceptuais. As minhas habilidades de “faz-tudo” têm contribuído para a montagem de diversas estruturas no meu trabalho. “Economia de Meios” descreve muitas das estratégias que incorporei nas minhas esculturas, instalações e fotografia. Incorporei objectos existentes, materiais usados, imagens e textos de outras fontes, reutilizando-os e reformulando-os nas minhas obras de arte. Estruturas arquitectónicas são retratadas ou referidas em muito do meu trabalho, mas nunca tive que me preocupar com o facto de elas serem seguras e estruturalmente sólidas. Elas não servem nenhum propósito.
Robin Collyer (CA)
Horário
Data
Bilhetes
Passe 3 dias – 40€
Programa
Moderado por Ambra Fabi e Giovanni Piovene
15:00 Apresentação de Sam Jacob
15:45 Coffee Break
16:00 Apresentações com Michiel Riedijk, Konstantinos Pantazis (Point Supreme) e Matilde Cassani
17:00 Coffee Break
Economia de Meios
Moderado por Éric Lapierre
17:30 Apresentações com Kersten Geers e Robin Collyer
18:35 Coffee Break
18:50 Apresentação com Sharon Johnston
19:45 Drink & Talk* (Sala 1)
*Num registo mais informal e num outro ambiente, juntamos convidados das várias sessões a confrontar ideias e perspectivas sobre o tema com os oradores desta sessão.